CENTRO
INTERPRETATIVO
DO CEREAL

A tradição do cereal moído "à moda antiga"

O Moinho – Centro Interpretativo do Cereal

História e Reabilitação

Os moinhos d’água no Espinhal, Penela, têm uma longa história que remonta a séculos atrás, sendo documentado o primeiro moinho na região em janeiro de 1242. Ao longo dos séculos, essas estruturas desempenharam um papel crucial na moagem de cereais para a produção de pão e broa, predominantemente caseira na época. Um estudo de 1937 revelou a existência de numerosos moinhos com diferentes capacidades e estados de conservação, destacando a sua diversidade e importância na economia e vida das comunidades locais. Originalmente movidos por rodas de água, esses moinhos representam hoje um valioso património histórico e cultural da região, alguns restaurados e transformados em museus. A preservação e valorização dessas estruturas continuam a ser uma prioridade para garantir a transmissão dessa parte da herança cultural e tecnológica às gerações futuras.

Os moinhos d’água localizados no Espinhal, Penela, comportam longos anos de história, já que remontam a séculos atrás. Esta existência, assenta na presença de diversos cursos de água localizados na região, como a Ribeira da Azenha, a Ribeira do Pisão e o Rio Dueça.

O primeiro registo documentado de um moinho na região, remonta a janeiro de 1242, quando Estêvão Peres Espinhal e sua esposa doaram à Sé de Coimbra os moinhos que possuíam nas margens do Dueça. Através de documentos históricos, como o inventário das propriedades e rendimentos do Infante D. Pedro, Penela, 1420, é possível ter acesso à menção de diversos moinhos localizados nas proximidades do Espinhal, alguns em estado de ruína e outros ainda em funcionamento.

Durante séculos, estes moinhos desempenharam um papel fundamental na comunidade local, moendo os cereais como o trigo, centeio e posteriormente milho para a produção de pão e broa, que na época era predominantemente caseira.

Um estudo realizado em 1937 por Dr. Mário Nunes revelou a existência de 37 moinhos de água na Ribeira da Azenha e 27 na Ribeira do Pisão, com diferentes capacidades e estados de conservação. Esse levantamento destacou a diversidade dessas estruturas e a importância que tinham na economia e vida das comunidades locais.

Os moinhos de água eram movidos por rodas de água, especificamente roda de penas, que se acredita terem sido introduzidas em Portugal pelos Romanos. Durante a Idade Média, a posse e uso destas instalações eram um privilégio dos senhores feudais, que cobravam elevados impostos àqueles que as utilizavam.

Hoje em dia, os moinhos d’água do Espinhal representam um valioso patrimônio histórico e cultural da região, alguns deles foram restaurados e transformados em museus, proporcionando aos visitantes uma oportunidade única para entender como a força da água foi aproveitada para moer grãos no passado. Além disso, a paisagem ao redor dos moinhos é natural e deslumbrante, lembrando-nos da importância da água nas atividades económicas e cotidianas das comunidades locais. Mesmo que apenas alguns destes moinhos estejam em funcionamento atualmente, sua preservação e valorização continuam a ser uma prioridade para garantir que essa parte da herança cultural e tecnológica seja transmitida às gerações futuras.

Inauguração

Inauguração do CIC-Centro Interpretativo do Cereal: Homenagem, Cultura e Educação no Espinhal

Inaugurámos na passada sexta-feira dia 19.07.2024, o CIC-Centro Interpretativo do Cereal. Com esta cerimónia, homenageámos os moleiros da Freguesia do Espinhal e do Concelho de Penela e iniciámos mais uma caminhada na promoção do território, dos seus produtos endógenos, do património construído, das suas belezas naturais.
Obrigado a quem nos presenteou com a sua presença.
Vamos ter visitas guiadas, com descontos para as escolas e grupos, assim como workshops dedicados ao ciclo do cereal.
Teremos ainda exposições temporárias que poderão visitar.
Estamos de braços abertos para vos receber.
 
 
Fotos-Vicente Zuzarte

Notícias

Funcionalidade

Conheça as partes de um moinho e suas funções

Moinho – Funcionalidades, como e para que serve?

Como funciona um moinho

O moinho do Centro Interpretativo do Cereal apresenta uma área total de 82 m2, sendo constituído por um engenho de moagem, uma sala anexa e um forno de lenha. Do processo de moagem resulta a transformação do milho e trigo em farinha para a produção de pão ou broa, ou seja, os cereais passam para as mós do moinho saindo, após o processo de moagem, a farinha para posterior transformação e confeção da massa para a produção de pão e broa no forno a lenha.

Moagem no Moinho

Entrada da água

A água desloca-se pela levada, passa pelo cubo para ganhar pressão, sai na seteira em direção ao rodízio induzindo o movimento giratório. Este movimento vai fazer com que a mó andadeira que está dentro do moinho rode.

Processo de moagem

Este processo inicia-se com a colocação do cereal dentro da moega (que pode ser produção própria ou trazido por outros produtores). O cereal vai até às mós através da quelha, com a ajuda do chamadouro.
Depois de moído, a farinha resultante vai para a tulha, finalizando-se assim o processo de moagem.

Peneiração

Depois do processo de moagem, a farinha é peneirada, para posterior venda, passando por três processos: (1) Rodar (rodar com a peneira e com a farinha); (2) Bater (bater a farinha de um lado para o outro) e (3) Sacudir.

Armazenamento da farinha

A farinha é armazenada na tulha (arca) ou é ensacada para o cliente, estando destinado o farelo aos animais.

Adufa ou Comporta

Estrutura laminar, de madeira ou metálica, que se desloca em duas calhas paralelas e verticais, geralmente localizada na parte terminal da levada e cuja função é regular a quantidade de água que entra no cubo. Quando não se quer que vá água para o cubo, abre-se uma outra comporta lateral e a água é desviada para o leito do curso de água

Segurelha

Peça em ferro com duas “orelhas”, ligada ao mecanismo motor através do veio e que encaixa num rasgo aberto para o efeito, à sua forma e medida, na face inferior da mó superior ou “mó andadeira”

Veio

Peça em ferro que encaixa na Pela e que com a Segurelha na extremidade suporta a mó andadeira.

Quelha

Adelha, caleira, quelho, canelha, caneleja, calha – Caleira alongada de madeira, por onde desliza o grão que vem da moega e vai para o olho da mó.

Andareira

Mó (pedra superior) do moinho, geralmente feita de granito, que esmaga o grão junto com a mó inferior, que é fixa, durante o processo de moagem. Fornece a força necessária para triturar os grãos.

Pouso

Mó (pedra inferior) do moinho, feita de pedra, onde o grão é moído entre as duas mós durante o processo de moagem. Parte fixa do mecanismo de moagem que proporciona uma superfície sólida para a trituração.

Rodízio

Peça constituída por uma roda de madeira ou ferro, composta por várias palas ou penas, nas quais bate o jato de água que sai do cubo pela seteira, cujo movimento de rotação é transmitido às mós.

Moega

Moenga, tramoia, tremoia, tremonha, canoira, dorneira – Caixa de madeira afunilada na parte inferior, onde se deita o grão para moer. Possui, geralmente, a forma de tronco de pirâmide, com o vértice voltado para baixo, por onde o grão sai e vai deslizando lentamente para a quelha e, desta, para o olho da mó.

Cubo

Canal em que termina a “levada” que conduz a água sob pressão, diretamente à roda motriz.

Seteira

Orifício geralmente de secção circular (pode ser quadrangular ou retangular), presente na parte terminal do cubo, por onde sai a água, sob pressão, que vai pôr o rodízio em movimento.

Aliviadouro ou Alevadoura

Peça geralmente de madeira, mas também de barra de ferro que, fixo inferiormente à parte móvel do Urreiro, vai terminar superiormente no sobrado, junto da Moenda, por um dispositivo que permite movimentos verticais, regulando o afastamento das mós. O intervalo entre as mós determina a textura da farinha, mais fina ou mais grossa e é utilizado para diferenciar as moagens dos diversos cereais.

Chamadouro

Tramelo, tarambolho, taramela, trambelo, tarabelo, carrula – Peça de madeira, com uma extremidade fixa à quelha e outra livre (roda), apoiada na face dorsal de mó andadeira. A superfície rugosa da mó em andamento, provoca uma contínua trepidação, que faz cair, no olho da mó, o grão presente na quelha.

Pela

Eixo que suporta, inferiormente, o rodízio. Nos moinhos mais primitivos este conjunto, pela e rodízio, eram feitos de madeira.

Moleiro

Pessoa responsável pela operação e manutenção do moinho, incluindo o processo de moagem dos grãos para produção de farinha. O moleiro é especializado no funcionamento do moinho e na produção de farinha de qualidade.

Quarto do Moleiro

Espaço dentro do moinho ou adjacente a ele onde o moleiro descansa durante os intervalos de trabalho. Geralmente, o quarto do moleiro inclui uma cama, móveis básicos e outras comodidades para o conforto do moleiro durante períodos de descanso.

Forno a lenha

Forno a lenha onde o pão e a broa são cozidos. 

Serviços

Visitas e Eventos

Moinho – O seu espaço

Serviços disponíveis

 

Visitas: No Edifício é possível ter acesso à exposição de materiais gráficos e digitais, vídeo-animação com o ciclo do cereal, exposição de fotografias antigas, exposição de ferramentas e utensílios utilizados no processo, exposição de produtos endógenos. Pode ainda ser visitado o moinho restaurado, ver os vários mecanismos como o engenho de moagem, e ter acesso a amostras de produção como pão e broa. As visitas ao espaço são direcionadas para a população em geral, turistas e estudantes (escolas).

Espaço Eventos: O pátio permitirá a realização de atividades de Team Building, Conferências Institucionais, Promoção Comercial de Produtos Endógenos, Eventos Particulares como Batizados. O espaço para eventos está disponível para Empresas e Particulares.

Multimédia

Vídeos explicativos

História do Cereal

Etapas do cultivo

Partes de um Moinho

Parcerias

Não deixe de conhecer os nossos parceiros

Parque de Arborismo

O Expertree, está localizado no Parque Verde da Quinta da Cerca a escassos 50 m do Centro Interpretativo. Este espaço dinamiza atividades de desporto e lazer, como o arborismo, atraindo um largo número de praticantes ao longo do ano. De referir que o Parque Verde da Quinta da Cerca é um espaço público muito interessante, com Parque de merendas e campo de jogos.

Casa Família Oliveira Guimarães

A Casa Família Oliveira Guimarães, com cerca de 250 anos, é uma casa senhorial brasonada, que possui um espólio diversificado composto por objetos de diferentes séculos e proveniências que reflete muito dos mais relevantes episódios da história portuguesa. O edifício foi construído em 1770 pelo desembargador Manuel Pereira da Silva Caldas e posteriormente adquirida em 1790 por D. Vicente Velasques Sarmento de Alarcão. Foi tornada em casa museu com elevado valor patrimonial, uma vez que carrega uma história imensa, tendo também sido ocupada pelo General Jean-Louis Reynier. Apoiada pelo Turismo de Portugal, esta casa tem uma agenda cultural de elevada qualidade, onde se destacam, para além da visita guiada à casa senhorial, espetáculos de música, teatro, cinema, exposições de periodicidade quinzenal, jantares temáticos (ex. jantar do Séc. XVIII).

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Restaurante Dom Sesnando

O Dom Sesnando é um restaurante localizado nas Escadas da Praça da República, a escassos metros do castelo de Penela, tendo como lema a reinterpretação da gastronomia local. Na sua carta são privilegiados os produtos endógenos da região, de entre os vários pratos, é possível degustar do famoso Queijo do Rabaçal, do Cabrito assado, da Chanfana e, ainda apreciar os vinhos das Terras de Sicó.

Regionalidade

Principais pontos turísticos da região

Freguesia do Espinhal

Uma Região Repleta de História e Beleza

A freguesia do Espinhal, encontra-se inserida no Município de Penela, enriquecida pelo património histórico, arquitetónico e natural, atributos que têm vindo a contribuir para o aumento da sua visibilidade tanto ao nível nacional como internacional. Com uma área total de 29,390 Km2 acolhe, atualmente, 894 pessoas, e tem vindo a ganhar visibilidade principalmente no setor do Turismo. Esta Freguesia, reúne um conjunto relevante de elementos históricos e patrimoniais, que retratam a tradição, seja pela arquitetura, monumentos e artefactos, sem contar com os marcos históricos e velhos hábitos que tentam não ser esquecidos pelos locais, que lutam por manter viva a história e a cultura de um local por onde passaram as tropas francesas e portuguesas durante as Invasões Francesas no séc. XIX. Esta região comporta forte peso histórico, pela sua importância para grandes personalidades políticas outrora aí residentes, pela sua localização central para trocas comerciais, por onde passava uma estrada de extrema importância estratégica que ligava o norte ao sul. Também conhecida outrora pela indústria da fundição do ferro, do cobre e o fabrico do papel, esta região já contribuiu significativamente para o desenvolvimento e crescimento económico da região.

Igreja Matriz do Espinhal

Um Legado Arquitetónico Renascentista e Barroco do Século XVI

A constituição da Igreja Matriz, com patrono S. Sebastião, remete ao século XVI, tendo sofrido alterações ao longo dos anos, com nova fachada implementada no século XIX. A parte interior desta igreja detém uma abóbada e um retábulo que remete ao estilo barroco, com arte pintada que remonta para o séc. XVIII, assim como por três naves separadas por arcadas de colunas jónicas. A “capela mor”, detém uma abóbada de meio-canhão, e retábulos de talha dourada, remetendo ao estilo barroco. Já as “capelas colaterais”, remetem o estilo renascentista coimbrão detêm, no seu interior, retábulos de pedra em estilo renascentista coimbrão. No que respeita à “Torre” existente no presente monumento, esta possui um conjunto arquitetural da cabeceira em pedra lavrada da renascença coimbrã.

Pedra da Ferida

Uma Experiência Única na Serra do Espinhal

A zona da Pedra da Ferida encontra-se inserida na Serra do Espinhal, e permite o acesso a uma experiência que alia a Natureza, a paisagens únicas, com acesso à Cascata da Pedra da Ferida, que é possível apreciar através de um Miradouro junto ao Lugar de Carvalha da Serra. Esta cascata, tem o seu acesso pela estrada da Ribeira da Azenha, onde passa um percurso pedestre, o PNL2 – Percurso Pedestre da Pedra da Ferida à Louçainha – com dificuldade de 4 em 5, com cerca de 6km, e duração de 02h40min.

São João do Deserto

Panorâmica Deslumbrante sobre Distritos Circunvizinhos

S. João do Deserto, remete para o período Pré-câmbrico, também denominado como Cristas dos Penedos das Relvas, ou Cristas do Espinhal, ou, ainda, por Teto das Ferrarias. Neste local, é possível ter uma vista para vários distritos, são eles Coimbra, Leiria, Castelo Branco, Guarda, Viseu e Aveiro.

Capela Santo António do Calvário

Uma Relíquia do Século XVIII com Vista Privilegiada sobre o Espinhal

A Capela de Sto António do Calvário remonta ao séc. XVIII e apresenta uma Via Sacra, localizando-se em local com elevação, o que proporciona uma vista favorável sobre o Espinhal, e regiões limítrofes.

Louçainha

Represas Naturais da Louçainha – Praia Fluvial da Louçainha

As Represas Naturais da Louçainha, permitem a existência de uma praia fluvial, a Praia Fluvial da Louçainha, circundada por Serra e Natureza, com represas naturais, águas límpidas, prancha de mergulho, parque de merendas, restaurante, estando classificada com Bandeira Azul e como Praia Acessível. Nesta praia, passa a Ribeira da Azenha que culmina na cascata da Pedra da Ferida que logo adiante. Também nesta praia, passa o Percurso PNL2 – Percurso Pedestre da Pedra da Ferida à Louçainha – com dificuldade de 4 em 5, com cerca de 6km, e duração de 02h40min.

Miradouro da Serra de Santa Maria

Uma Vista Deslumbrante sobre Penela e o Maciço do Sicó

O Miradouro da Serra de Santa Maria pode ser acedido pela estrada EN347, e está localizado no lugar de Cancelas, na Serra do Espinhal, com vista para o Espinhal e para o Vale do Rio Dueça. Com acesso a paisagens de xisto, este Miradouro detém um relógio de sol.

Miradouro do Monte do Calvário

Miradouro Próximo à Igreja Matriz com Vista Deslumbrante sobre a Vila do Espinhal

O Miradouro do Monte do Calvário do Espinhal, encontra-se perto da Igreja Matriz, é acessível pela estrada do Monte do Calvário.

Moinhos e Azenhas

Tradição Milenar de Moagem de Cereais com a Força das Águas

As Azenhas apresentam-se como atração da vila do Espinhal e arredores, devido à antiga tradição de moer os cereais através da força das águas para confeção de broa. Podem ser encontradas no Trilho e na Ribeira da Azenha

Casa da Família Alarcão

Testemunho da História e Tradição da Vila do Espinhal

A Casa da Família Alarcão é uma Casa senhorial localizada na Vila do Espinhal, que remete à história e tradição da região, pelo seu peso económico e político, também conhecida por Casa dos Perestrelos.

Palácio da Viscondessa no Espinhal

Elegância e Património Histórico

Casa nobre no centro da Vila do Espinhal que ostenta o esplendor arquitectónico do século XVIII.

Antiga Casa da Família Velasques Sarmento

Património do Século XVII

A Antiga Casa da Família Vellasquez Sarmento, também conhecida como Casa dos Alarcões, remonta ao século XVII e localiza-se no Espinhal.

Chafariz do Espinhal

Abastecimento de Água potável desde 1885

O Chafariz do Espinhal foi construído no ano de 1885, como instrumento para abastecimento de água potável.

Localidade

Rua do Moinho

Espinhal – Penela

Horário

10h00 – 18h00

Segunda – Domingo

(sujeito a marcação)

Contato

geral@cicereal.pt

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